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22 de agosto de 2016

Homem de dores, e ou a melhor parte.




Pelo excesso de passado – Depressão
Pelo excesso de presente – Stress
Pelo excesso de futuro – Ansiedade


No auge da minha fragilidade pude desfrutar de tudo que há de pior neste mundo. Sofri e quase morri pelos os excessos que vivi. Afundei-me em um abismo e quando me dei conta - já estava no inferno. O desgosto a flor da pele. Havia perdido toda a percepção de ser e principalmente a expectativa de viver. Indubitavelmente meus dogmas foram todos dissolvidos em tese sem fundamentos, me afoguei em um lamaçal de desorientação de sentimentos e também Já não havia mais razões para se perder.

A vida me permitiu acumular tristezas, raiva, magoas, dividas, angustias, culpa e solidão. Não há nada pior para um homem que isso. A morte batia todos os dias na minha porta e me chamava para partir com ela. Não havia mais harmonia do meu espírito com existência. Obviamente, já não tinha mais força para lutar e tão pouco para me defender. Todo o vigor, virilidade, masculinidade, racionalidade e personalidade se dilacerava a medida que o tempo passava. Nunca havia passado por um momento com este, talvez por isso não soubesse como lhe dar com a situação. Chorava lagrimas de sangue de dia e de noite. Até hoje não consigo apontar o ponto central ou a raiz de todo este mal. Fui tragado pela aflição de viver uma vida que não era minha, de me comprometer e nunca fazer. De prometer e desmentir.

O passado me assombrava e a todo o momento me vinha a tona a sensação que não conseguiria sair daquela torturante e eterna situação. Já não tinha prazer em viver, o stress manchava e deixava marcas por todo o meu corpo. A cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Talvez nunca já se viu homem passar e acumular tanta infelicidade ao mesmo tempo. O pior era que eu ainda internalizava toda essa dor. Era tanta carga negativa que qualquer coisa boa que se aproximava se repelia por si só.

Não conseguia me libertar do passado, me via encurralado e sem soluções para as adversidades do presente e ainda vivia de ansiedade sofrendo por aquilo que poderia nunca acontecer. Tranquei-me dentro de um abismo sem chaves e sem saída. Um homem de dura cerviz jamais confessaria seus pecados, admitiria seus erros e tão pouco aceitaria qualquer tipo de ajuda. Sofria, mas não me rendia por nada. Estava quebrado, mas meu coração de pedra não se quebrantava. Não havia espaço para sentimentalismo ou coisas do tipo. Carregava todo este peso, pois acreditava de alguma maneira ter virtude em estar errado e suportar a dor.

Pobre e miserável homem que sou. Tive que experimentar o gosto do sangue para aprender a valorizar a vida. Perdi tudo para entender que é mais importante ser do que ter. Admitir pecados é mais nobre que camuflar a culpa. Que todo excesso de expectativas era na verdade uma maneira de não acreditar e ser refugiar na decepção. O dolo não é algo necessário para que seja levado com orgulho para o resto da vida. Adversidades e perversidades são cabíveis a nossa realidade. Contudo, não cabia me condenar a escravidão da eternidade no vale das trevas. Tive que abandonar velhos hábitos e renunciar todo o meu orgulho para aprender a viver a liberdade. Que o gozo da alegria poderia fazer parte da minha vida caso eu aceitasse a ser mais humilde, manso e puro de coração. Permitir-me esvaziar do meu eu e de todo carga negativa para conhecer e desfrutar da paz que excede todo o entendimento dentro do meu coração.

O que era mito ou impossível se tornou realidade. Fui ao inferno, beijei a face de satanás e voltei mais forte para combater o mal. Olvidei o meu passado de angustia e aflição. Abri mão de controlar o meu presente e passei a aceitar como gratidão o futuro que ainda não me pertence. O fracasso foi necessário para me ensinar que ainda não sou nada, mas que posso ser e fazer diferença. Hoje compreendo que todos os dias me é oferecido o bem e o mal, porém me cabe escolher a melhor parte.










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Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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