Por falar em nós dois penso numa
frase e com uma crase cravo uma estaca no coração. Pois é, bastava a tua pura
beleza em um quadro de pandora para “paralisar-me” e elevar o meu espírito que
outrora adormecido pelo o silencio do desejo recíproco verdadeiro. Inocente eu era
por não saber o gosto da aflige que poderia me proporcionar.
Dedilhava as cordas desafinadas
do meu velho violão e lembrava-se de quando éramos apenas um e nada mais. Compartilhávamos
poesia sem formas gramaticais. Andávamos pelas ruas e parávamos pelas esquinas
somente para observar o fluxo do tempo e das pessoas que passavam diante do
nosso olhar paralisado. A física era quântica, mas o nosso espírito era
arrebatado pelo o sentido que metralhava sobre a nossa imaginação. Com você do
meu lado, a única certeza que eu tinha era que poderia com todas as minhas
forças confiar.
Mas um dia você foi
embora sem dar explicação,
Toda a nossa sinergia
acabou com um conto da imaginação,
Eu que era homem me
tornei lobisomem pelas as luas cheias da solidão,
Percorri o mundo a
fora e agora o que tenho apenas o rito de caminhar na mesma direção.
De dia sigo as
sombras
À noite o vazio
estabelece
Sobre os escombros
dos segundos que passam lentamente.
Volto exatamente no
lugar onde nos conhecemos
E se lembro muito
bem,
Foi ali que você passou
a conhecer o sabor do bem e do mal.
Mas não, você não se contentou em
experimentar o fruto proibido – me envenenou com a tua astucia e com a mais
pura arma de encanto e sedução. Até hoje pago meus pecados por ter acreditado
na tua santidade. Logo eu que era arguto tomei uma rasteira e sem beira beijei
o chão. Mas ainda não contente com o feito, você inventou uma desculpa e
colocou a culpa nas serpente que nunca existiu, pois era apenas a ambição da
tua própria imaginação.
Hoje ando só pelos os vales da
sombra da morte e não conto com a sorte, pois a minha sina é caminhar rumo ao
norte, sem desviar a direção. O homem que era perfeito, imagem e semelhança do
seu criador se tornou um lobo, passou a viver e a uivar pelas as montanhas,
florestas, geleiras e desertos. O lobo foi se forjando pelas as adversidades,
adquirindo maturidade e convivendo dia a dia com os perigos. Força, coragem,
fé, cura e proteção são as virtudes que lobo herdou do homem que foi ludibriado
e amaldiçoado por ter sido e nascido bom.
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