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19 de agosto de 2016

O veneno da serpente e o vale da sombra da morte, ou como o homem se tornou lobo.




Por falar em nós dois penso numa frase e com uma crase cravo uma estaca no coração. Pois é, bastava a tua pura beleza em um quadro de pandora para “paralisar-me” e elevar o meu espírito que outrora adormecido pelo o silencio do desejo recíproco verdadeiro. Inocente eu era por não saber o gosto da aflige que poderia me proporcionar.

Dedilhava as cordas desafinadas do meu velho violão e lembrava-se de quando éramos apenas um e nada mais. Compartilhávamos poesia sem formas gramaticais. Andávamos pelas ruas e parávamos pelas esquinas somente para observar o fluxo do tempo e das pessoas que passavam diante do nosso olhar paralisado. A física era quântica, mas o nosso espírito era arrebatado pelo o sentido que metralhava sobre a nossa imaginação. Com você do meu lado, a única certeza que eu tinha era que poderia com todas as minhas forças confiar.

Mas um dia você foi embora sem dar explicação,
Toda a nossa sinergia acabou com um conto da imaginação,
Eu que era homem me tornei lobisomem pelas as luas cheias da solidão,
Percorri o mundo a fora e agora o que tenho apenas o rito de caminhar na mesma direção.
De dia sigo as sombras
À noite o vazio estabelece
Sobre os escombros dos segundos que passam lentamente.
Volto exatamente no lugar onde nos conhecemos
E se lembro muito bem,
Foi ali que você passou a conhecer o sabor do bem e do mal.

Mas não, você não se contentou em experimentar o fruto proibido – me envenenou com a tua astucia e com a mais pura arma de encanto e sedução. Até hoje pago meus pecados por ter acreditado na tua santidade. Logo eu que era arguto tomei uma rasteira e sem beira beijei o chão. Mas ainda não contente com o feito, você inventou uma desculpa e colocou a culpa nas serpente que nunca existiu, pois era apenas a ambição da tua própria imaginação.

Hoje ando só pelos os vales da sombra da morte e não conto com a sorte, pois a minha sina é caminhar rumo ao norte, sem desviar a direção. O homem que era perfeito, imagem e semelhança do seu criador se tornou um lobo, passou a viver e a uivar pelas as montanhas, florestas, geleiras e desertos. O lobo foi se forjando pelas as adversidades, adquirindo maturidade e convivendo dia a dia com os perigos. Força, coragem, fé, cura e proteção são as virtudes que lobo herdou do homem que foi ludibriado e amaldiçoado por ter sido e nascido bom.










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Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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