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5 de outubro de 2016

Um dia quem sabe (...).




Já compus versos e reversos, textos e pretextos, cantei cantigas no crepúsculo e na aurora do amanhecer – mas poeta nunca pude ser.

Já li e reli toda a bíblia, me debrucei nos evangelhos, destrinchei as cartas de Paulo, debati com os profetas, compreendi Moises, me identifiquei com Davi – mas a teologia nunca entendi.

Já me entreguei à filosofia, a teses e explicações sem fim. Estudei Platão, Aristóteles, Sócrates, Descartes, Kant e Espinoza – Mas seria com Nietsche meu dedo de proza.

Já amei e fui amado, me deslumbrei e fui decepcionado. Já fiz milhões de promessas e estive apaixonado – mas nunca me vi casado.

Já fui empresário e jogador de futebol, já viajei pelo o Brasil em muitas cidades, conheci centenas de pessoas e lugares – mais ainda não terminei minha coleção de exemplares.

Já me desiludi com o mundo e com o todo tipo de ideologia, já juntei dinheiro, fui feliz, tive muitos e muitos amigos – mas nunca subestimei meus inimigos.

Já aprendi arranhar o violão, me entusiasmei pela musculação, fiz natação, cresci no campo comercial e me instrui na computação – mas nunca neguei a alguém um pedaço de pão.


Mas não importa o que eu fiz ou deixei de fazer; pois até agora não sou nada, mas um dia pretendo ser. 






@LordBoor, 2016. 

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Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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