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31 de agosto de 2017

Um canalha no limbo




Que culpa tenho de ser quem sou? Sem dúvidas, todas as acoimas são minhas. Sou delatado a todo o momento pelo meu pensamento e pela a minha própria boca que insiste balbuciar delinquências que não cometi, mas que tenho muita vontade de fazer. Um canalha em potencial? Ainda não sei, mas gostaria muito de encontrar sentido e méritos naquilo que as pessoas pensam a meu respeito. Sou condenado e executado todos os dias na guilhotina que mesmo inventei para decapitar ideias e ideais convenientes a minha arrogante maneira de pensar. Contradizente? Não! Poderíamos afirmar que existem lacunas, ou melhor, um abismo antagônico entre o que sou e o que eu queria ser.

A psicose é como um cálice de vinho raro que poucos tem o prazer de degustar. É fácil condenar aquilo que não se conhece, é conveniente aventar sobre o assunto que não se tem domínio. Talvez os loucos estejam certos sobre outros e abrangentes pontos de vista. Mas o nosso convencionalismo não nos permite enxergar que não existe verdade absoluta. Porquanto, todas as pessoas tem boas justificativas para suas mazelas.

Deixe-me esmorecer neste absinto. Já não tenho poder de variar no que sou taxado. Teus conceitos ao meu respeito não vão mudar, meus preconceitos em deferência ao mundo também não vão modificar. Então, deixe como estar e não há mais nada a fazer.

Todas as pessoas estão certas sobre o seu próprio egoísmo. É fantástico isso, é um modo de defesa natural. Entende? É uma espécie de desejo satisfatório. É cupidez pela a utopia de realização através de coisas ou pessoas. É uma dependência igualitária por aceitação e autoafirmação. Muitos se afogaram neste mar e morreram sem antes encontrar significado para este deturpo de querer o que não tem e de ser o que não é. Quem disse que não sou o que sou, mas sou o que tenho? É uma analise no mínimo complexa, pois uma vez que tenho tudo e abro mão de todos os bens para viver uma vida mais humilde, deixo de ser? Ou me encontro com o meu verdadeiro “EU” que não era nada ou apenas tinha?

Sou “canalha” por não andar e não aceitar os arquétipos da multiplicidade? Agora não talvez, mas prefiro se definido assim. Já não me importo com adjetivo pejorativo a minha pessoa. Nada obstante, não queira saber o que penso. Pois se soubesse, desejaria me lançar no Limbo para purificar juntamente com as almas penosas.  






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Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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