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26 de setembro de 2017

Incompletude...



“- Os advérbios são sempre mentirosos...” Me disse um amigo psicanalista. Então passei a desconfiar. Quero dizer, se ela diz: “- Te amo muito”, o muito aí é suspeito. O problema é porque ninguém quer acreditar nisso, nem mesmo o próprio emissor. - Mas como? Eu disse: “eu te amo muito, MUITO, MUITO...”.


Por quê? Irás me perguntar. Porque é indubitável, axiomático e irrefutável. É próprio do verbo ser marcado pelo inacabamento, que o próprio sustenta. Como existe esse inacabamento, é preciso dizer: muito, quero dizer: Loucamente, Terrivelmente, Apaixonadamente. Mas esse muito vem te lembrar, evidentemente, aquilo que ela tenta preencher, completar ou compor.
Crupiê (...).







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Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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