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28 de setembro de 2016

Sei que você não bebe, mas tome este whisky comigo!




Por favor, me sirva um café bem quente, forte e sem açúcar ou uma dose de whisky puro, temperatura ambiente e sem gelo (...). Preciso conversar um pouco; nada especifico ou importante, mas sucinto conversar – podemos falar sobre sentimentos, comportamento humano, politica, anatomia, historia e estórias se preferir. O que me importa agora é ouvir a tua voz e fazer uma introspecção com relação a nós e o mundo que nos circuncida.

Na verdade nem quero falar muito, estou inventando uma desculpa para estar do seu lado. Para ser bem sincero, estou precisando de um abraço, de uma massagem e de beijos bem molhados. Não estou carente e nem muito afim de um afeto sentimental. Sabe aquele momento de repugnância e desprazer das rotinas? Pois é, estou cansado de comercializar produtos e aliciar argumentos para pessoas improlíficas. Passei a minha vida inteira fazendo sempre as mesmas coisas, cumprindo usualidades e golpeando metas. Agora estou com um desejo desenfreado por noticiosas probabilidades.

Sei que você não bebe, mas tome este whisky comigo!










Se eu te contasse você não iria acreditar




Mas fui eu que rasguei aquele seu vestido preferido, e também coloquei xixi do cachorro na garrafa d’água na geladeira, também varri todo o lixo da casa para debaixo do sofá. Eu adorava jogar bolinha de jornal molhado na parede do teto do banheiro. Quantas e quantas vezes esvaziei o pneu do seu carro para você chegar atrasada no trabalho. Colocava chiclete dentro dos seus sapatos e misturava o teu shampoo com condicionador. Deixava de proposito o leite ferver e sujar todo o fogão. Esquentava a panela com óleo quente e jogava água de longe para sujar toda a cozinha.

Não me esqueço do dia que coloquei “Kisuco” dentro de sua predileta garrafa de vinho e também do dia que soltei o cabo da televisão para você não conseguir ver novela. Lembra-se do seu gatinho “Puma”? Eu odiava aquele gato maldito, eu falei que ele havia fugido, mas na verdade levei-o para bem longe e soltei na beira da estrada. Seu computador ficou lento de tanto vírus que coloquei, fui eu mesmo que pinchei o muro da tua casa e coloquei a culpa no “Dudu Chulé”. Lembro-me de você ficava puta e não sabia de onde vinham aquelas borrachinhas pretas espalhada por toda a casa – era eu que chegava do futebol de grama sintética e tirava a chuteira dentro da cozinha.

Eu colocava açúcar nos cantos da casa só para encher de formigas e também deixava o ralo do quintal aberto para as baratas subirem para a casa. Eu pegava sua escova de cabelo e penteava os cachorros da rua, já até usei a tua escova de dente para engraxar meus sapatos. Era máximo colocar bombinhas na caixa de correio e sair correndo. O dia mais engraçado foi quando coloquei cola dentro do seu desodorante e graxa no seu hidratante corporal.

Eu riscava as paredes da casa e falava que eram aqueles chatos dos seus sobrinhos, fui eu também que arranhei toda a lateral daquele seu carro novinho. Cortava os travesseiros e enchia o quarto de espuma. Eu apagava as mensagens do seu celular e dizia que o mesmo estava dando “Biziu”. Na hora do almoço me divertia fazendo guerra de comida com as crianças, estourei todas as lâmpadas da casa com bolinha de gude no bodoque.

Quebrei as pernas das cadeiras brincando de balanço, despedacei todos os espelhos da casa para fazer cerol, eu bebia água e deixava as garrafas vazias dentro da geladeira. Enfiava palitos de fósforos dentro das fechaduras - quando não quebrava a chave dentro delas.

Eu era feliz e não sabia!









25 de setembro de 2016

Sem razão






Abro mão da razão
Para ter paz
Não merece meu coração
A turbulência que desfaz.

Quero apenas beijar
Com vontade, pureza e santidade.
Dançar, rir alto, cantar (...).
Amar de verdade.

Não me refiro à paixão
Mas um afeto consciente
Daqueles que arrebata a alma
E mexe tanto com os sentidos da gente.

Quero conjugar novos verbos
Dedilhar púberes acordes
Degustar velhos vinhos
Possuir um espírito nobre.









24 de setembro de 2016

Pense o que quiser pensar



São tantas e tantas estórias; na maioria – “desnecessárias”. São muitos achismos, julgamentos e conclusões precipitadas. Sem contar o pré-conceito, a mente armada e as dez pedras nas mãos prontas para serem arremessadas. Em contexto geral, as pessoas gostam de discutir o assunto que não dominam, as pessoas aquilatam a ignorância e a intolerância como uma forma de se defenderem aniquilando assim outros conceitos. 

Às vezes é melhor se ocultar, para obter honra e respeito. 

Quem muito se expõe se torna alvo fácil - notoriamente vulnerável a exames e vexames. O silencio é uma poderosa arma versus esta máxima. Ansiedade, Impulsão, falta de domínio próprio, carência, instinto sanguíneo, traumas passados, necessidade de autoafirmação (...) – são características comuns neste tipo de pessoa.

Têm pessoas que contam coisas da sua vida pensando está contando vantagens, mas na verdade está confessando sua própria fraqueza.

Há coisas que merecem esquecidas e nunca mais lembradas. É vergonhoso o opróbrio do pretérito ser alegado com orgulho.  As coisas que acontecem na vida da gente pertencem tão somente à gente. Guarde como experiência e como aprendizado para presente e para o futuro. Aquilo que falamos muitas vezes podem ser usadas contra nós mesmos. 

Comumente as pessoas julgam, fazem fofocas, inventam estórias, mentem e colocam o bedelho onde não são convidadas. Como posso confiar? 

O antídoto para este veneno é se calar, evitar discussões desnecessárias, não se expor e fugir de comentários chulos. 

Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.

Não se assente na roda dos difamadores, dos fofoqueiros, dos mentirosos e dos caluniadores.

E deixe achar o que quiserem.

14 de setembro de 2016

Esvazio-me




Agora me esvazio
De todas as certezas
De todas minhas ideologias
Esvazio-me da fé
Da minha arrogância
E principalmente da altivez.
Esvazio-me do mundo
Dos conceitos
Dos preconceitos
E da minha visão obsoleta.
Esvazio-me 
Porque é necessário me esvaziar...
Preciso de purificação
Limpeza – santificação.
Esvazio-me dos sentimentos podres
E dos pensamentos pobres.
Esvazio-me da ganancia
Das rotinas vazias
Dos meus ritos estranhos
E da fidúcia impregnada.
Esvazio-me
Das teses jurídicas
Dos julgamentos inúteis
E da condenação profana.
Esvazio-me da impuridade
Das falsas amizades
Dos amores corriqueiros
E do falso status de dinheiro.
Esvazio-me
Porque quero viver
Me descobrir
E redescobrir o mundo.
Esvazio-me para amar
E permitir ser amado.
Esvazio-me do mal
Para me preencher do bem.
Esvazio-me com sinceridade
Com verdade
E sem ambição.
Esvazio-me porque o ato de esvaziar
Vai encher de um novo.
Esvazio-me da ansiedade,
Da hipocrisia,
Da depressão
E impropriedade desleal.
Esvazio-me do passado,
Da dor acumulada,
Da sede de vingança
E de um presente sem sentido.
Esvazio-me da real
Das gorduras acamadas
E dos ósculos falsos.
Esvazio-me por esvaziar-me...








Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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