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30 de junho de 2017

Escolhi ser assim


















Sou um pobre homem
Cego, nu e idiota.
A minha sina é malograr (...).
Sou da laia dos bastados,
Dos pecadores,
Dos indignos de abrangência.
Sou um verme sem ideologia,
Sem futuro
E sem vontade de mudar.
Como um servo sem dono,
Sou narcisista e me garanto.
Sou do partido de Cristo,
Coxo, doente, sujo e consciente.
Sou o filho prodigo
Que prostituiu nos provérbios
De Salomão e nos salmos de Davi.
Como uma tese sem profundidade
Sou anágua,
sou o sofisma da verdade.
Sou um homem pleno
No cavo do prazer.
Como um anjo sem prestigio,
Sou uma joia rara sem valor.
Não reclamo da vida,
Aceito meu destino como fruto das minhas escolhas.










Agora




Rápido ou devagar
Não importa,
O litígio não é o tempo
A questão não é o lugar
A conversão não são coisas
A relevância não tem sentimentos
E a razão não tem a resposta.

Morra de saudade,
De ansiedade,
De curiosidade,
De desejo e vontade.
Ou viva pelo motivo
Ao qual ressuscitou
Nós dois ao mesmo tempo.

Nossas escolhas
É o nosso destino,
Nossas pretensões
São nosso caminho,
O orgulho é a força
Que está nos impedindo.








Sentimento composto




Volto agora
Ao momento sublime
De onde jamais
Deveria ter-me desvaído.
Reescrevo estórias
No futuro do passado
E me desfiguro no tempo
Que agora jaz esquecido.
Reporto-me
Ao silencio frio
A afronta de pensamento
No afeto apelo perdido.
Componho harmonias
No compasso dissonante
Dedilhando lágrimas
No esquife de um amigo.
Meus olhos lacrimejam
Pela a primeira vez
Quando me lembro do meu pai
E vejo o que me havia dito.
Agora me basta
O sentimento repleno
Com vontade de viver
O que jamais deveria ter sido.







26 de junho de 2017

Não a tudo isso




Ser é ainda melhor que estar
Mas as pessoas estão
Ansiosas e vazias.
O vazio está presente dentro da alma
E o mundo tenta preencher este vácuo
Com paixões, status e prazeres (...)

Parece tudo caminhar na mesma direção,
As pessoas buscam, pensam e desejam
Quase sempre as mesmas coisas.
É como uma necessidade inerente e vital
Estar sobre o domínio daquilo que estar
Mas não deveria ser.

Andar na contramão do mundo
É uma tapa na cara da realidade
Que não é, mas por enquanto estar.
A questão não é ser do contra,
Mas o contraponto neste caso
É a ponto de equilíbrio.

Dia após dia a estória se repete
São as mesmas acusações,
Suposições, desculpas e mentiras.
É um circulo vicioso que gira-gira
E torna sempre ao mesmo lugar.
Diga não a tudo isso!







18 de junho de 2017

Alojado




Sou uma espécie de praga
Que envenenou tua alma,
Contaminei-lhe com meu beijo
E com o desejo que não tem cura.
Hospedei anseio na tua epiderme
Tatuei a tua pele com a minha barba
Marquei a tua vida
Cravei no teu peito uma estaca.
Sou como um verme do prazer
Que você quer mais e mais,
Sou a doença que não tem cura
Sou tortura que não te dá paz.












Armadilhas do querer

Armadilhas do querer
Do precipitar
Da vontade de amar.
Artimanhas da vontade
Da tentação
Do sabor da tua pele.
Volúpia do desejo
Do teu beijo
Do pudor do teu gozo.
Marcas da pegada
No corpo e na alma
Anseio que dilacera.







Serenata




Amar a mim mesmo
Como alguém a me odiar,
Já não vivo eu
No tempo a curar,
Voei até o céu
Apreço de apreciar,
Degusto a vida
Sem receio de acabar,
O sangue pulsa latente
Como a gente se amar,
A verdade é um sacrifício
Como o tempo pode mostrar,
Novos céus e nova terra
Tudo novo repousar,
Teus olhos tão lindos
A tua boca a desejar,
Quero de mãos dadas
Contigo a caminhar,
É a vida chamando
É a gente a dançar,
Apenas uma coisa peço
Ensina-me a te amar,
Sou fiel a sina
De um poeta profetizar,
As vezes não entende
O que a gente pode conjugar,
Gosto do teu papo
Como teus lábios beijar,
Não quero amor romântico
Mas para sempre contigo estar,
Fui fisgado na tua lembrança
Como uma criança a se alegrar,
Não tente me entender
Ainda não sei me expressar,
Prometi viver
Na intensidade aflorar,
Tenho por ti o carinho
Que ninguém soube me dar,
Tenho guardado afetos
Um dia irei tudo lhe entregar,
Poucas vezes na vida
Uma coisa assim pude experimentar,
Minha poesia ganho sentido
Quando veio outra vez me procurar.








Força do Hábito




A noite está cheia de mentes vazias. Quase sempre pelo o velho costume de esperar que algo novo possa acontecer. Mas é sempre a mesma historia, a mesma rotina, as mesmas ladainhas – nada mudou, tudo continua como sempre foi. Há de todos os tipos e gostos. Há quem aprecie casualidades como há também quem aprecie formalidades. Mas, estão todos ali, com sede, com fome, com vontade de preencher aquilo que não pode ser preenchido tão somente pelo prazer.  

Gestos, insinuações, pretensões, indiretas, medo, carência, desespero, fuga, desejo, respostas prontas, conveniências (...), tudo isso junto ou separado sobre a mesa com olhos atentos de quem sofre e ainda não descobriu a razão (está diante de todos).

Cada um sabe o que quer, ou pelo menos deveria saber o que não quer. As palavras são jogadas ao vento, os beijos são distribuídos no atacado, o louvor se perde ante a blasfêmia de fazer e ser sem motivos. Geralmente, as pessoas não sentem culpa, mas só avaliam o estrago no dia posterior.

Assim segue a vida, as noites, os costumes – força do hábito.








17 de junho de 2017

Consciência

Jamais hesite por indecisão e nunca aja por precipitação.

A prisão não são grades, nem a liberdade as ruas; existem homens presos nas ruas e outros livres na prisão.

É uma questão de consciência.



Trem-Bala



Não tenho presa, mas tenho pretensões. Correr nunca foi o meu forte, até porque não tenho estrutura física e psicológica para fazer e se arrepender.  Como lobo, fico sempre na empreitada de observar e saber a hora exata. Aprendi a domar meus instintos e controlar meus sentimentos. Meu amor é antes de tudo primordial e racional. Alfas não podem dar o luxo de ter ansiedade, pois a impassibilidade deve prevalecer. Não jogo, e se tentar jogar comigo sinto lhe dizer que vai perder. Sei que a verdade quase sempre machuca, às vezes seria melhor nunca saber. Mas apesar de não ter presa, não tenho muito tempo.

Não sou de ceder a chantagens; não estou em promoção; não sou bajulador; não sou melhor e nem pior que suas opções; não sofro de carência; não sou dependente de sentimentos; não preciso me promover; não careço auto afirmar – por fim, acho que compreendeu que o meu não será sem variações sempre não.

Não foi pela a oportunidade, mas pelo o instante um furto. Nunca, jamais e em tempo algum abandonei a postura e a estratégia em ação. Nunca desisti, nunca arreiguei um passo atrás. Nunca compactuei com esse toma lá, dá cá. Nunca excluí ou bloquei o acesso. Fui provocado, testado, desacatado, ignorado, taxado, tolhido e acima de tudo mal interpretado. Contudo, o convite está feito e não será desfeito.

Não irei abortar a estratégia, mas posso a qualquer momento mudar a direção. Não estou mandando recado, apenas sendo sincero (valorizo muito esta virtude). Provocações não serão retribuídas, indiretas serão ignoradas e propostas serão bem avaliadas. Como sabe, momentos displicentes são em si os mais surpreendentes – entre uma prova e outra, um gole de café ou de whisky as coisas mudam, a química faz as opiniões mudarem de ideia. Sempre com discrição, sem publico e nem ibope. Entre um gelo e outro, vamos nos encontrando e se atracando entre tapas e beijos.

Não sou de admitir, mas quando me beija todas as minhas teses e teorias vão por agua abaixo. Todos meus planos se desfazem como papel na chuva. Neste momento, todas as caricias são retribuídas pelo menos 7 vezes mais. Meus conhecimentos são postos a ladeira abaixo, meus limites são ultrapassados e meus desejos expostos a serem saciados. A minha boca se cala para trabalhar no teu corpo, os meus olhos se fecham para elevar meu espirito e aguçar ainda mais minha imaginação.


Pena, que não sou nada disso e tudo o que expus é apenas imaginação. 







16 de junho de 2017

Ebulição

Não beijo por beijar, mas se for necessário assim irei fazer. Não contenho expectativas e anseios premeditados que irão me fazer sofrer. O que me importa agora é o estalo e o tempo que de abstrato me força ser absoluto. Quero teu olhar virando e revirando diante das minhas investidas. De nada adianta imaginar e não expor teus desejos. Nada irá acontecer por osmose ou desejos de telepatia. Quero carne, arrepios, calafrios, beijos, tapas, mordidas e tudo mais. A minha pretensão é intencionar o que já era e agora volta ser real.



Teu cheiro ressuscita meus instintos mais vorazes, o teu olhar aparentemente inocente esconde os segredos mais nefários que um ser pode possuir. Tua alma não nega o que tua vontade tem depositado em teu coração.



Que pagar para ver?







Bem devagar, ou o que me resta nunca falar.




Ao meu apreço eu desatento
Nos estilos não expostos me perco
Jazigo no vácuo que habita dentro de mim
No estro que se compõe e não tem fim.

De dantes ao presente momento
Meu pensamento dilacera meus sentimentos
Já não morro de contrição
Pois vivo desde sempre nesta condição.

Foi uma estória em seus meios composta
Que me trouxe na agulha a resposta
Como um livro me prendeu atenção
Aflito correu sem direção.

Jurou-me apego por toda a vida
Promessa apagada e esquecida
Foram baques de milhões esquecidos
Como a mensagem que transpassam os ouvidos.

Não reclamo – apenas observo,
O que fiz e hoje não nego.
Resta-me agora esputar bem devagar
A vontade que tenho de nunca falar.











A luz, as trevas, a vida, a ordem, os deuses e o homem.




No principio não era o logos,
O caos habitava e reinava em todos os aspectos.
Não existia luz,
Pois as trevas cobriam os céus e a terra.
Não havia silencio,
Não havia palavras,
Não havia ordem,
Havia apenas soturnos e caos.

Deuses emergiram de forças estranhas,
Poderes se uniram e se fundiram em si,
O bem e o mal era então uma mesma coisa.

A matéria ainda não existia
E veio a existência através de feixes de luz que consolidaram,
A luz se manifestou em palavras
E fundou a ordem em meio à consternação.
A vida passou a ter significado
Através da luz que transcendia a matéria
E se unificava nela.
A luz se solidificava em matéria
E com algumas combinações gerava vida.
A luz compunha ordem, sons, cores
E radiava beleza.

As trevas foram se dissipando
E dando lugar a um novo mundo.
A luz formava matéria viva
E matéria estática.
A luz foi o fundamento de tudo,
Das coisas visíveis e invisíveis.

O homem tentar explicar,
Mas a resposta está dentro dele mesmo.
A existência, a vida, a razão e a ordem
Foram compostas pelas as trevas
Que se transforam em luz
E estabeleceu tudo. 







É o desejo do meu coração




Eu vou
Como convidado
Ou como intruso
Mas eu vou!

Uma bomba relógio programada do final para o inicio
Escrevendo, compondo, musicando e desafinando.
Diga-se de passagem, que sempre dispus
E fiz disponível me transpondo.

De nada,
Mas não precisa tecer favores.
Compreendo o mundo na simplicidade
Caminhando pela a cidade sem cores.

Palavras sinceras
Sentimentos egoístas
O afeto espera
Quem não está de partida.

Dê-me apenas uma folha de papel
E lhe revelarei a eternidade,
Dê-me um beijo
E lhe farei uma mulher de verdade.

Tenho um coração vazio
E todo o tempo do mundo,
Mas o vazio que me preenche
Faz-me a espiritualidade um absurdo.

Finalmente,
Olhos nos olhos face a face.
Ao meu lar
Toda complexidade se desfaz.









14 de junho de 2017

A teoria de tudo, ou melhor, do nada.




Não há nenhuma possibilidade seja imaginária ou real em regredir. Aprendi na vida que ”para traz, nem para pegar impulso”. O sentido é único e continuo. De forma metafórica ou autêntica, não existe sequer um ponto no universo que seja de forma estática. Os átomos e a energia que compõe toda a existência estão em prossigo andamento conforme o seu curso.  Se é que me entende, o movimento é continuo. Nem sempre retilíneo. Às vezes crescente, às vezes em declínio – mas sempre em movimento. A historia é assim, como espiral que gira e parece se tornar ao mesmo ponto de partida. Mas não, apenas passa por ele para estabelecer um novo trajeto.

O que isso tem haver? Nada! Mas eu precisava escrever.

Como o ato de pensar e trazer a existência daquilo que não existe. Persisto no contraponto de justificar as teses aplicando o sentido inverso. Ou seja, nada pode ser considerado verdadeiro sem antes não passar no crivo dos questionamentos e das criticas. Aceitar qualquer argumento como válido de primeira é como subestimar a inteligência de uma criança. Já dizia um filosofo do século passado que o ser humano se apoia em muletas para se sustentar, as pessoas se amarram em teorias, fantasias, ilusões e percepções sem pé e sem cabeça para aliviar a sua própria realidade. É como criar um mundo paralelo imaginário, abandonar a realidade para viver na utopia.

Toda ideologia (eu disse toda) é fadada em si mesma. Ou seja, apenas trás respostas momentâneas para uma realidade minimalista. As pessoas se apegam a religião por medo, por avareza, por ganancia e por barganha de uma eternidade imaginária ou inexistente. Outros se apegam na politica, na ciência, na filosofia ou outros fundamentos como válvula de escape da sua própria realidade. Existe um vazio dentro do ser humano, ou melhor, um abismo sem profundidade. O homem tenta de todas as formas preencher e tapar este buraco que é impreenchível. As ideologias são ótimas muletas ou remendos de desculpas.

Mas, voltando ao assunto (...).


O movimento é continuo, o ser humano é vazio e todas as ideologias estão fadadas ao fracasso. 







8 de junho de 2017

Poemas, anedotas, ironias (...).




A verdade é como poesia;
Poucas pessoas gostam de poesia.

Mergulho na cinza
E me afogo em razão,
Olho nos olhos
E perco a direção,
Aprofundo-me em sofismas
E me consolo então,
No sentimento que paralisa
Enfatiza o coração,
Quem dera fosse verdade
A santidade na prevaricação,
Levaria anos e anos
Tão profano um tanto quão,
Dizem ser o amor,
Dizem se a paixão,
Mas o fato é uma espada
Cravada no movimento sem ação,
A poesia é a dor em palavras
Na estrofe do refrão,
Foi na cruz que a luz
Dissipou e espancou a escuridão,
Hoje vivo de tilomas
Como a fome que mata sem pão.











Prometi, mas não consigo.

Hoje não quero falar de mim. Também, não vou conjecturar. Não vou me aprofundar em sentimentos vazios e pensamentos rasos. Quero apenas um beijo bem molhado e depois um xicara de café sem açúcar. Mas por favor, não tente entender este momento. Ele não tem muito significado – apenas deve ser vivido.

Um dia fui poeta
E não fui compreendido,
Um dia fui profeta
E não me deram ouvidos,
Um dia eu fui sincero
Como nunca deveria ter sido,
Eu sei que prometi não falar de mim,
Mas não consigo.

Poderia falar de politica, mas este assunto aguça minhas criticas. Poderia falar de amor, mas este assunto traz muita dor. Poderia falar de religião, mas este assunto não tem direção. Poderia falar sobre a vida, mas este assunto é nostalgia. Poderia falar de filosofia, mas é enfadonha a agonia. Poderia falar de poesia, mas poetas não falam, recitam fantasias.

Podemos deixar todos os assuntos de lado,

poderíamos apenas beijar, beijar e beija (...)







Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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