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31 de agosto de 2016

Um tanto quanto...




Foram tantos planos
Tantos sonhos
Tantas ambições...

Tantas vezes desejei o mundo
E o seu topo.

Também foram tantos beijos
Tantos arpejos
Tantas e quantas decepções...

Tanto esforço
Pagos com tantas lágrimas.

Mas chega o momento
Que a quantidade se torna irrelevante
E o que era “tanto” já não é mais.

O tempo passa e voa
Levando a dor e deixando experiências.

Não confunda tanta solidão
Com a solitude qualitativa
Que descreve a vida.

Deixe de buscar o “tanto”
E se contente com o “quanto”.







24 de agosto de 2016

Tenho planos com você




Tenho todo tempo do mundo para ouvir e permanecer calado.  Poderia passar a noite inteira com os olhos atentos e alma desarmada. Sou capaz de guardar segredos para proteger quem amo. Pode acreditar! Procuro compreender sem antes querer julgar. Embora eu tenha a ciência de quem ainda ninguém tenha alcançado a verdade absoluta, me disponho acreditar temporariamente nas tuas palavras, alegorias, metáforas e concepções.

Importa-me apenas se a estória é boa – não me interessa se ela é real ou não. Não quero provas, desejo tão somente o ponto e o contraponto das consonâncias fazendo harmonia com as dissonâncias - se me conhece, sei que me entende bem.

Poesias ecoam a voz silenciosa do poeta
E habitam nos sorrisos das virgens na cidade santa.
Quem me dera ao menos uma vez
Ser inundado pelos os salmos de Davi
Ou despido pela a musicalidade dos cânticos dos cânticos.
Desejaria eu apenas chorar no Jardim do Getsemani
Ou quem sabe dedilhar meu violão sobre o monte Moriah.

Palavras, poesias e profecias me transpassam; perfuram minhas mãos e fazem minha face mais resplandecente que o sol do meio dia. O louvor que me requer vestes limpas, coração puro e a mente santa é a razão pelo qual não vivo mais para este mundo. Embora meus pés estejam firmes sobre a terra, e minhas mãos envolvidas com o trabalho – minha mente e meu espírito são por instantes arrebatados e levados ao Gan Éden.
No jardim da inocência onde minha alma desfruta das possibilidades, da realidade surreal, das fantasias verdadeiras e essencialmente do paladar do fruto proibido. É na opção do bem e do mal que encontro e reecontro a razão de toda existência.

No olhar ensimesmado de Adão
Sobre a sensualidade de Lilith
E a pureza de Eva
Que a serpente assovia
E compõe seu primeiro funk.
É sobre a vernaculidade de Abel
Que Seth se inspira para lutar contra Caim.
Sim! É no Jardim onde o bem e o mal se encontram para abdicar do não e dizer sim.

Como disse desde o principio; estou de ouvidos inclinados e olhos atentos a estória que quiser me contar. Relaxe, tome um vinho. Aprecie e deguste este queijo suíço que eu trouxe de Portugal. Ainda temos a noite inteira e toda uma vida para compor e viajar. Tenho planos com você – pode acreditar!






22 de agosto de 2016

Homem de dores, e ou a melhor parte.




Pelo excesso de passado – Depressão
Pelo excesso de presente – Stress
Pelo excesso de futuro – Ansiedade


No auge da minha fragilidade pude desfrutar de tudo que há de pior neste mundo. Sofri e quase morri pelos os excessos que vivi. Afundei-me em um abismo e quando me dei conta - já estava no inferno. O desgosto a flor da pele. Havia perdido toda a percepção de ser e principalmente a expectativa de viver. Indubitavelmente meus dogmas foram todos dissolvidos em tese sem fundamentos, me afoguei em um lamaçal de desorientação de sentimentos e também Já não havia mais razões para se perder.

A vida me permitiu acumular tristezas, raiva, magoas, dividas, angustias, culpa e solidão. Não há nada pior para um homem que isso. A morte batia todos os dias na minha porta e me chamava para partir com ela. Não havia mais harmonia do meu espírito com existência. Obviamente, já não tinha mais força para lutar e tão pouco para me defender. Todo o vigor, virilidade, masculinidade, racionalidade e personalidade se dilacerava a medida que o tempo passava. Nunca havia passado por um momento com este, talvez por isso não soubesse como lhe dar com a situação. Chorava lagrimas de sangue de dia e de noite. Até hoje não consigo apontar o ponto central ou a raiz de todo este mal. Fui tragado pela aflição de viver uma vida que não era minha, de me comprometer e nunca fazer. De prometer e desmentir.

O passado me assombrava e a todo o momento me vinha a tona a sensação que não conseguiria sair daquela torturante e eterna situação. Já não tinha prazer em viver, o stress manchava e deixava marcas por todo o meu corpo. A cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento. Talvez nunca já se viu homem passar e acumular tanta infelicidade ao mesmo tempo. O pior era que eu ainda internalizava toda essa dor. Era tanta carga negativa que qualquer coisa boa que se aproximava se repelia por si só.

Não conseguia me libertar do passado, me via encurralado e sem soluções para as adversidades do presente e ainda vivia de ansiedade sofrendo por aquilo que poderia nunca acontecer. Tranquei-me dentro de um abismo sem chaves e sem saída. Um homem de dura cerviz jamais confessaria seus pecados, admitiria seus erros e tão pouco aceitaria qualquer tipo de ajuda. Sofria, mas não me rendia por nada. Estava quebrado, mas meu coração de pedra não se quebrantava. Não havia espaço para sentimentalismo ou coisas do tipo. Carregava todo este peso, pois acreditava de alguma maneira ter virtude em estar errado e suportar a dor.

Pobre e miserável homem que sou. Tive que experimentar o gosto do sangue para aprender a valorizar a vida. Perdi tudo para entender que é mais importante ser do que ter. Admitir pecados é mais nobre que camuflar a culpa. Que todo excesso de expectativas era na verdade uma maneira de não acreditar e ser refugiar na decepção. O dolo não é algo necessário para que seja levado com orgulho para o resto da vida. Adversidades e perversidades são cabíveis a nossa realidade. Contudo, não cabia me condenar a escravidão da eternidade no vale das trevas. Tive que abandonar velhos hábitos e renunciar todo o meu orgulho para aprender a viver a liberdade. Que o gozo da alegria poderia fazer parte da minha vida caso eu aceitasse a ser mais humilde, manso e puro de coração. Permitir-me esvaziar do meu eu e de todo carga negativa para conhecer e desfrutar da paz que excede todo o entendimento dentro do meu coração.

O que era mito ou impossível se tornou realidade. Fui ao inferno, beijei a face de satanás e voltei mais forte para combater o mal. Olvidei o meu passado de angustia e aflição. Abri mão de controlar o meu presente e passei a aceitar como gratidão o futuro que ainda não me pertence. O fracasso foi necessário para me ensinar que ainda não sou nada, mas que posso ser e fazer diferença. Hoje compreendo que todos os dias me é oferecido o bem e o mal, porém me cabe escolher a melhor parte.










A morte das paixões




Por falar em coisas incognoscíveis – estava pensando sobre os atalhos da vida e os caminhos sem fim. Por um tempo estava no mundo, mas não me sentia pertencer ao mundo. Era como não dormir à noite por achar que a própria noite não existia. Era como tomar suco de maçã e sentir o paladar da fermentação do vinho - Somente quem já saiu da caverna pode entender que a realidade não se limita a vozes e sombras em movimento.

As palavras me transpassavam
E ecoavam em constantes ecos,
Tão fidedigna era a luz do dia
Que meus olhos ardiam de fora para dentro,
Não carecia mais de explicações
Pois o sortilégio era esplêndido por si só.

A liberdade é algo que não tem cor, sabor e odor – é como se sentir flutuar nos céus ou mergulhar no mais profundo oceano. Ser livre é poder gozar da paz, da plenitude e do chamado pelo qual todos nós temos, mas não sabemos. É como correr sem fadigar, é como olhar para trás e não carregar nenhum rancor. Viver sonhos é como antecipar a eternidade e degustar a perfeição em gotas.










21 de agosto de 2016

Uma resposta




Fim de domingo - você ai, eu aqui e tudo bem. Ambos pensando como poderia ser se distancia não fosse um obstáculo para desejo. Tão sós e sem ninguém. Na boca o doce amargo da esperança pela a saudade de um tempo que passou e que novamente não volta e não vem. Quem sabe um novo dia, uma oportunidade ou a vontade possa nos convencer novamente de olhar um no olhar do outro? Nada obstante, desejaria apenas este momento para desconjugar o verbo no tempo passado ou quem sabe escrever uma nova estória. 





19 de agosto de 2016

O veneno da serpente e o vale da sombra da morte, ou como o homem se tornou lobo.




Por falar em nós dois penso numa frase e com uma crase cravo uma estaca no coração. Pois é, bastava a tua pura beleza em um quadro de pandora para “paralisar-me” e elevar o meu espírito que outrora adormecido pelo o silencio do desejo recíproco verdadeiro. Inocente eu era por não saber o gosto da aflige que poderia me proporcionar.

Dedilhava as cordas desafinadas do meu velho violão e lembrava-se de quando éramos apenas um e nada mais. Compartilhávamos poesia sem formas gramaticais. Andávamos pelas ruas e parávamos pelas esquinas somente para observar o fluxo do tempo e das pessoas que passavam diante do nosso olhar paralisado. A física era quântica, mas o nosso espírito era arrebatado pelo o sentido que metralhava sobre a nossa imaginação. Com você do meu lado, a única certeza que eu tinha era que poderia com todas as minhas forças confiar.

Mas um dia você foi embora sem dar explicação,
Toda a nossa sinergia acabou com um conto da imaginação,
Eu que era homem me tornei lobisomem pelas as luas cheias da solidão,
Percorri o mundo a fora e agora o que tenho apenas o rito de caminhar na mesma direção.
De dia sigo as sombras
À noite o vazio estabelece
Sobre os escombros dos segundos que passam lentamente.
Volto exatamente no lugar onde nos conhecemos
E se lembro muito bem,
Foi ali que você passou a conhecer o sabor do bem e do mal.

Mas não, você não se contentou em experimentar o fruto proibido – me envenenou com a tua astucia e com a mais pura arma de encanto e sedução. Até hoje pago meus pecados por ter acreditado na tua santidade. Logo eu que era arguto tomei uma rasteira e sem beira beijei o chão. Mas ainda não contente com o feito, você inventou uma desculpa e colocou a culpa nas serpente que nunca existiu, pois era apenas a ambição da tua própria imaginação.

Hoje ando só pelos os vales da sombra da morte e não conto com a sorte, pois a minha sina é caminhar rumo ao norte, sem desviar a direção. O homem que era perfeito, imagem e semelhança do seu criador se tornou um lobo, passou a viver e a uivar pelas as montanhas, florestas, geleiras e desertos. O lobo foi se forjando pelas as adversidades, adquirindo maturidade e convivendo dia a dia com os perigos. Força, coragem, fé, cura e proteção são as virtudes que lobo herdou do homem que foi ludibriado e amaldiçoado por ter sido e nascido bom.










Eu sou uma farsa, ou pretendo ser!


Não sou a imagem o que as pessoas têm de mim, tão pouco sou aquilo que elas pensam que sou. Tenho a plena convicção que as pessoas veem e acham muito mais daquilo que realmente sou. Geralmente, as pessoas que me julgam pela a minha maneira de ser, são justamente as pessoas que mal me conhece ou não tem nenhum relacionamento pessoal comigo – no universo virtual sou uma fraude que de certa maneira deu certo. Alguns pensam que sou louco, outros acham que me acho demais, tem pessoas que pensam que sou algum intelectual e também há aqueles que me julgam como um completo idiota. Como considero que não tenho nenhuma destas atribuições e asseverações me intitulo com um “farsante ambulante”.

É verdade, posso ser muitas coisas. Mas não sou reconhecido pelo o que realmente sou. Talvez seja um blefe, um dissimulado artificial ou quem sabe um mistério ainda não velado. Tenho a sensação que em algum momento serei desmascarado por não ser aquilo que as pessoas pensam que sou. Elas terão uma enorme surpresa e decepção quando descobrirem que toda a minha complexidade é simples. Quem sabe eu seja um ator na vida real representando aquilo que de alguma forma poderia ser, mas não sou.

Eu sou uma fraude, tenho a síndrome do impostor. Os elogios não me vangloriam, as criticas não me rebaixam, os troféus conquistados são apenas retratos de um passado vitorioso, as cicatrizes são marcas de experiências que me trouxeram maturidade. Sou uma tese ainda não desmembrada no campo da vida sentimental e racional.


Alguns enxergam meus méritos, outros dizem que foi sorte e eu nem ai para o que pensam ou deixam de pensar. Sou a imagem que transmito e ao mesmo tempo a realidade que absorvo. Vivo pela suspeita de que devo ser o que realmente sou e não o que acham que sou, pois se ainda não sou, pretendo ser. 







Por toda a sua beleza

















Do nada e por nada
Fixei meus olhos no horizonte
Em direção ao por do sol
É contemplei aquilo que todos os dias acontece
Mas, eu despercebido não presto atenção
Ou não dou o seu devido valor.

Por este instante
Não pensei em nada
Apenas o momento  espetáculo
Também não é necessário palavras
Para descrever a vida
E sua beleza.

Ainda que não houvesse mais nada
Aquele momento já seria por si o suficiente
Para entender que a energia que mantém a vida
Explode constantemente de dentro para fora
E de fora para dentro
No sentido de um “haja” eterno...

É quântico, é espiritual, é surreal...
É a compreensão que do nada
Tudo passou a existir.
E que por alguma maneira
Ainda permanece
E consegue subsistir.

É um universo, reverso e multiverso...
É a sensação de entendimento e adoração;
Buscar deus, ser deus, estar dentro de deus e deus dentro de você.
Deus não no sentido de um ser segundo a religião
Mas uma força que compõe o mundo
Como notas harmônicas de uma infinita canção.

Cantei, gritei, chorei, agradeci e me prostrei...
Foi lindo e magnifico (não encontro palavras para definir).
Foi como tragar o ar e ser tragado pela a dimensão da existência.
Agora, quero todos os dias fixar meus olhos no horizonte
E contemplar a beleza que radia a vida
E toda a sua completude, amplitude e magnitude.

Por enquanto, só.









8 de agosto de 2016

Minha Declaração
















Só de ouvir o tom da tua voz
Minha alma se acalma,
Desacelera e reencontra paz.
Quando o teu abraço me afaga
O teu beijo me acende...
O teu cuidado me traz significado
E a tua beleza? Inspiração.
Vejo-te como um jardim florido,
Colorido e frágil...
Sou para ti segurança,
Fortaleza e um braço forte.
Sou teu porto seguro,
O teu afeto e teu norte.
Se me deres honra e fidelidade,
Em troca lhe darei cuidado e amor.
Se me deres um filho
Darei-lhe o mundo e tudo o que for.
Se me deres prazer
Serei para ti um precioso galardão.
Se andares ao meu lado
Será minha rainha, minha aspiração. 









4 de agosto de 2016

Sempre "Há" aqueles...

Enquanto uns insistem demais
Outros desistem no meio do caminho
E há os que se quer nem tentam...

Enquanto uns acreditam no acaso
Outros no destino;
 Há os que acreditam no livre arbítrio...

Enquanto uns dizem “não” para tudo
Outros se fazem sempre disponíveis;
Há aqueles que são sempre indiferentes...

Enquanto uns cantam
Outros ouvem;
Há aqueles se promovem sobre ambos...

Enquanto uns sonham
Outros seguem a rotina;
Há aqueles que pensam fora da caixinha...

Enquanto uns amam
Outros sofrem;
Há aqueles que não sofrem porque não amam...







Lobo Monarca.





















Insano na forma de pensar
Estilo diferente
Agudo e dilacerador no olhar
Pensador irreverente.
Estilo, pegada, sangue no olho, resignação...
A caça do lobo é seu galardão.
Moderado, seguro, plácido e resiliente...
Implacável, mas não prepotente.
Moldado na consternação
Singular patente,
O adágio guia o coração
De um homem por casta imponente.












1 de agosto de 2016

Para ser sincero

O tempo passa – as coisas mudam.
Algumas pessoas evoluem
Outras se desedificam.
A transformação é vital!
Seja para melhor ou para pior...

A oportunidade bate na porta de todos,
Mas nem todos abrem a porta e deixam a oportunidade entrar.
Existem pessoas que são oportunistas até demais;
Como existem aqueles que vivem reclamando e não fazem nada para mudar.

No meu jeito de ser
Pedalo e vou para cima,
Reinvento-me e faço acontecer
Mas nunca perco a rima.
A vida me ensinou a ganhar e a perder;
E nunca me fazer de vitima,
Paga para ver;
Sempre dou a volta por cima.

Se chorar alivia a dor – eu não sei. Pois desde sempre aprendi a chorar para dentro encontrando prazer na dor. Lamentos não mudam o mundo, mas transformam pessoas. As lagrimas secaram fortalecendo os pensamentos de um homem que evoluiu e se tornou melhor com o tempo.









Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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