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18 de agosto de 2017

A verdade por de trás das cortinas do teatro da vida, ou o poder de não escolher.




Não quero escolher. Não preciso escolher. Não tenho mais o direito de escolher. Pois, decidi não escolher nada.

Dizem que a vida é vontade de Deus, outros vão dizer que obra do acaso e/ou fruto do destino. Mas há também que diga que a vida só tem sentido pelo o poder que temos de escolher entre uma coisa e outra.

Sinceramente, por muito tempo andei perdido entre estes labirintos. Sempre me apresentaram dualismos e pontos antagônicos como: “bem ou mal, bíblia ou ciência, preto ou branco, direita ou esquerda, teísta ou ateu, verdade ou mentira, salvação ou condenação, capitalismo ou comunismo, Real Madri ou Barcelona, graça e lei, EUA ou URSS, bonito ou feio, céu ou inferno, sábio ou ignorante, alegre ou triste, sim ou não” (...).

Por muito tempo o mundo que me apresentaram tinha apenas dois lados e eu era sempre obrigado a escolher entre um e outro. À medida que escolhia um se tornava inimigo do outro. Sequer me deram a opção de não escolher ou escolher uma terceira opção. A vida parecia um jogo pelo qual o meu futuro dependia estritamente de uma opção e outra. Eu nunca conseguia compreender a razão deste vaivém. Já que não havia vitoriosos, mas sempre um lado frustrado e submergido.

 Isso foi me cansando e me desgastando (...).

Eu estava dentro do sistema, mas de alguma forma sentia que não pertencia a ele e nem fazia parte dele. A matrix tentava me direcionar, mas algo dentro de mim como uma força de potência tentava me libertar. Por muito tempo eu pensei o que eles queriam que eu pensasse, eu falava o que eles queriam que eu falasse, eu fazia o que eles queriam que eu fizesse – eu era manipulado o tempo todo, mas não tinha uma consciência plena a respeito disso.

O mundo te propõe e ao mesmo tempo impõe padrões, formalidades, ritos, responsabilidades e obrigações. Se pararmos para observar as pessoas, chegaremos à conclusão que quase toda a humanidade caminha na mesma direção. E não importa a sua escolha ou o lado escolhido, pois os caminhos seguem em paralelos e se encontram no final da linha. Toda a verdade do mundo é relativa, o que é certo em um lugar é errado no outro e vice-versa.

Existem padrões e receitas de todos os tipos para ser feliz, bem sucedido, ter status, ser prospero, ter liberdade e ser respeitado. Contudo, poucas pessoas tem ingresso a estes conhecimentos. Não me refiro a livro de autoajuda, filosofias, truques, mandingas, sorte, orações ou coisas do tipo. A ciência da verdade é muito mais profunda e complexa.

Pouquíssimas pessoas chegaram a esta conclusão e os que chegaram decidiram não participar e não compactuar deste jogo de perde-perde. Quando sou obrigado a escolher entre uma coisa e outra, a minha decisão é não escolher. Visto como a pessoa que tem que optar entre direita e esquerda é certamente a pessoa que se encontra embaixo e nunca em cima. As pessoas que se limitam entre deus e diabo ou céu e inferno seguramente não pensam e se entregaram a conjecturas hipotéticas. As pessoas que discutem ente socialismo ou capitalismo não tomaram consciência que é a mesma coisa, ou seja, no socialismo o poder está nas mãos do estado e no capitalismo o poder nas mãos de quem possui capital – quem está embaixo sempre será massa de manobra. É necessário abranger o entendimento e compreender que entre o preto e o branco existem centenas de milhares de tons de cinza. A ideia de feio ou bonito é relativo ao padrão adotado. Logo, se não existem padrões, também não existem formas de se comparar entre uma coisa e outra. Os valores estão trocados e os princípios invertidos, os ignorantes arrotam supostas verdades e os sábios são taxados de loucos e antiquados. É justamente neste momento que adoto a “lei do silencio”, ninguém sabe se sou sábio ou um louco ignorante.


Pense nisso!







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Todos os textos são autoria de Giliardi Rodrigues. Proibida a reprodução de qualquer texto sem prévia autorização do autor.

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